Queda de domingo

De maneira geral eu só queria não me sentir um lixo solitário quando minha mente começa a trabalhar contra mim. Viver pra mim é uma montanha russa. Em dado momento eu sigo lentamente em ascensão, com o sentimento bom de quem vai pra cima, evoluindo. Mas ao chegar um pouco mais acima a estadia em tal lugar não dura 5 segundos. De repente me vejo quase em queda livre em direção novamente ao fundo do poço. Viver dói.

Na minha jornada tenho aprendido a apreciar o caminho, viver o processo. Já sei que posso me mexer e que viver pode ser muito bom. Mas os hiatos no meu bem estar são tão constantes que eu ponho em dúvida as certezas que aos poucos venho construindo. Já não corto mais os pulsos, mas o coração ainda sangra e se sente culpado por ter tanto e ainda assim não achar nada suficientemente bom para sorrir nos dias escuros.

São nesses dias que enxergo o pior de mim, o ciúme, a insegurança, a preguiça, o medo, a desesperança e todas essas coisas coisas pequenas que aqui parecem tão grandes quanto o mundo lá fora. Ninguém parece entender minha dor, mas nem eu mesma entendo como num dia consigo enfim sentir vontade de viver e no outro questiono se é realmente necessário estar viva e sentir tudo isso.

Ao longo dos dias me vejo entorpecer e percebo a falha tentativa de camuflar a verdade que eu bem conheço: entorpecer-se não cura a dor, mas a dor entorpece e camufla a vida.

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